segunda-feira, 5 de julho de 2010

ENSAIO SOBRE A (minha) CEGUEIRA


Por mais passos que eu dê, eu não te alcanço. Tanta flecha que eu lanço, alvo-meu. Encontro pegadas e me apego. Tão apagadas, de um passado distante. Disco arranhado na estante. Um antes que nunca veio a depois. E quando eu penso que encontrei uma pista, perco a aposta. Agulha no palheiro, o tempo inteiro. Giro o ponteiro, volto atrás. Falta minha ou culpa sua? Quem perde mais nessa história? Quem sofre mais com essa memória? É nossa sina do eterno pique-esconde, lua-e-sol.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

MURCHOU


Não se preocupe, nada direi. Até pensei e fazê-lo, mas não quero caos, já bastam os cacos de um carinho já foi inteiro.Mas confesso, guardarei em peito-cofre meus excessos de zelo e apreço. Não mais apareço, não busco teus passos, nem cobro o que mereço. Frustrei. Perdi o brilho nos olhos, perdi o sorriso gigante. Posso forçar educação e simpatia. Posso até parecer o mesmo de antes, em meu diário voto de bom dia. Agradecerei qualquer simpatia (as honestas e as plásticas). Manterei a cordialidade em prática. Talvez, pra você, nada pareça diferente. Talvez eu tente, pode ser. Mas a essência do apreço... ah, desculpa, essa acabou de morrer.