terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SINAL VERMELHO


Não tente me entender, tampouco me rotular. Meu caminho é contínuo, não pedi pra me seguir. Tome seu fôlego de volta e sente no batente, invente o seu caminho. Não quero o seu mapa, a minha estrada não é pronta: se (re)faz a cada dia, a partir das minhas pegadas. Não tente me traduzir, tampouco me codificar. Meu neologismo é alma, é o caos que me acalma. Não tente. Não.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

MEU SOL, MINHA LUA


Como pode em tão pouco tempo, nascer em mim tanto amor? Duas coisas tão pequenas que mal falam mas que tanto me dizem com olhares e sorrisos. Com apertos e grunhidos. Como posso não pensar nos dois todos os dias, se metade das minhas alegrias é deles que hoje vem? Como posso definir a emoção que é sentir-me esperado e querido por eles, quando chego em sua casa? Cada abraço, cada laço diário construído pelo carinho, pelo caminho da vida. Cada saudade apertada e o zelo-quase-medo pelo futuro de ambos. O desejo de querer transferir pra mim cada futura dor ou problema que eles venham a ter. Como posso não ter asas e voar, não ter posses mas tão rico me sentir, não ser pai e ainda assim ter essa vasta sensação? Sou tio, isso me basta. E muito os amo, então.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

UMA A UMA


Quisera eu que você fosse flor
para assim então, pétala a pétala,
eu pudesse desmembrar
essa sua petulância.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

(des)MEDIDAS


Com que régua você mede as suas amizades? A da distância? A da saudade? A dos favores? A das vontades? Não me meça. Não me cobre. Não peça. É assim que quero que me veja.Pronto: assim espero também que seja e ponto.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

TESTAMENTO


Não gosto de rotina. Quero da vida a surpresa, todo o fascínio e beleza das coisas que ainda não sei. Não quero prioridades, prefiro matar vontades e pôr o dedo no bolo. Não sei viver esperando... o legal é sair andando pra ver no que é que vai dar.

domingo, 26 de setembro de 2010

TRILHAS


Palavras são trilhos, pensei. Palavras não são elos, eu sei. Os sons que da minha boca saem não chegam a você. A tinta da caneta se vai, mas continuo a escrever. Por quê? Pra quê? Hoje aprendi (definitivamente) que algumas distâncias devem ser RESPEITADAS e não INSISTIDAS. Que eu não teime em esquecer.

CHEGUE MAIS PERTO


Chegue mais perto. Mais. É preciso que eu peça desculpas por tudo o que fiz, por tudo o que não fui contigo. Não há o que pedir, o que cobrar. Nosso erro maior, tão meu e tão seu, foi desvirtuar o que houve, convidar outras pessoas à nossa história, sujando o sentimento. Chegue mais perto. Me deixa falar que passamos do tempo, que o respeito acabou. Nem mesmo amor eu sei se ainda há. Perto. Chegue mais. Olhe em minha cara, encaremos os fatos, guardemos as fotos pras feridas da saudade... um dia elas hão de curar. Chegue mais perto. Desde agora, não te amo mais. E ainda assim não sei, não posso, não quero... parar de te olhar.

(Fiz esse poema em novembro de 2005, inspirado pelo filme CLOSER)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

QUANDO E-MAIL VIRA POEMA...


Apesar da tristeza pelos caminhos mudados, pelos sentidos trocados e pelas novas (c)idades, o peito enche de felicidade em ver que há coisas que o tempo não apaga: só guarda, direitinho, em algum canto, esperando o momento de se redescobrir. E, por mais que conheçamos novas pessoas, novos amigos, novos exemplos... eles acabam por refletir em saudade as que conosco não estão mais e, ao mesmo tempo, ainda tanto estão. Estão em cada uma dessas lembranças, pequenos tesouros (que, ainda bem, são tesouros teus também). O tempo só é cruel com aqueles que permitem isso. Hoje sei o que me é caro de verdade. Você é um desses tesouros. E se a geografia não permite que agora você saiba o tamanho do meu sorriso, ao menos a tecnologia deixa que sinta, pelas palavras, a força do meu abraço.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SEM SAÍDA


Pensei que tinha tanto pra falar. Achei que havia tanto pra te ouvir. Cavei dentro de mim caminhos mil que me levassem inteiro até você. Girei os meus ponteiros ao contrário. Mudei todo o meu vocabulário. Mas nada disso tudo fez sentido depois que o momento aconteceu. Minha voz me traía a todo instante, o antes que eu pensava já não existe. É triste constatar estatelado que o que restou de nós é só passado. Tentei então ser o máximo polido. Sem graça, elogiei o seu vestido. E é embaraçoso disfarçar que eu sei que nada mais tem um sentido. Dobrei então o meu contentamento de te encontrar depois de um labirinto. E se eu me despeço com alegria, não sorria: eu minto. Vou pendurar suas fotos na parede pra imortalizar uma esperança. Que um dia amarremos pontas soltas e novamente a gente viva o que é lembrança.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ENSAIO SOBRE A (minha) CEGUEIRA


Por mais passos que eu dê, eu não te alcanço. Tanta flecha que eu lanço, alvo-meu. Encontro pegadas e me apego. Tão apagadas, de um passado distante. Disco arranhado na estante. Um antes que nunca veio a depois. E quando eu penso que encontrei uma pista, perco a aposta. Agulha no palheiro, o tempo inteiro. Giro o ponteiro, volto atrás. Falta minha ou culpa sua? Quem perde mais nessa história? Quem sofre mais com essa memória? É nossa sina do eterno pique-esconde, lua-e-sol.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

MURCHOU


Não se preocupe, nada direi. Até pensei e fazê-lo, mas não quero caos, já bastam os cacos de um carinho já foi inteiro.Mas confesso, guardarei em peito-cofre meus excessos de zelo e apreço. Não mais apareço, não busco teus passos, nem cobro o que mereço. Frustrei. Perdi o brilho nos olhos, perdi o sorriso gigante. Posso forçar educação e simpatia. Posso até parecer o mesmo de antes, em meu diário voto de bom dia. Agradecerei qualquer simpatia (as honestas e as plásticas). Manterei a cordialidade em prática. Talvez, pra você, nada pareça diferente. Talvez eu tente, pode ser. Mas a essência do apreço... ah, desculpa, essa acabou de morrer.

sábado, 19 de junho de 2010

DE REPENTE, 30


Trinta anos de esboços, rabiscos, rascunhos. Algumas borrachas, verdade, mas muitos acertos. Trinta anos de tropeços e levantes. Adiante. Adiante. E se perdi vinte e vinte nove amizades, trinta e tantas outras novas me surgiram... nunca fui de guardar pedra em minhas mãos. Trinta vícios diluídos em tempo, tanto vento me soprando pro meu mar. Tanto ainda a nadar, mas já sei braçadas certas. A era da serenidade. Serena idade, os trinta. Três dezenas de história, tanta coisa em muito tempo. Pouco tempo em tantos atos, o meu palco-vida. E divido a minha ampulheta com cada pessoAreia que cruzou o meu caminho e tornou mais leve minhas pegadas. Trinta anos são nada. Tenho força pro porvir. Trinta anos nas costas... e aparência de dezoito, fique claro, é preciso admitir. :D

terça-feira, 11 de maio de 2010

BEBA-ME


Bebe, Alice. Toma a vida nas mãos e prova. Bebe dela com vontade. Não é tarde, o tempo espera. Já aprendi muito contigo, hoje sou eu que te ensino. Tenha gula pelo agora, essa sede de viver. Cresça e apareça, Alice. O mundo é seu, veja que maravilha. A chave está em suas mãos, mil fechaduras para explorar. E não se surpreenda: a trilha dessa história é você quem vai ditar.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

CONFISSÃO


Moldes não me cabem. Já tentei mil vezes, confesso. Já criei personas simpáticas e táticas mediadoras. Tudo em nome de uma paz eterna. Cansei de me passar a própria perna. Há dias de caos, eu diria. Há tempos em que não ter tempo é realidade, fazer o quê? Há vezes em que eu "me casulo" pra voar depois. Há noites em que meus olhos não estão atentos e o som da minha voz é nulo. É foda quando esperam mais de mim... mas, aprendi que eu só posso ser assim.

terça-feira, 2 de março de 2010

NOVAS CORES


Um amigo meu decidiu tatuar uma fênix no corpo. E eu, que tanto gosto das mitologias, nem precisei perguntar o porquê. Ele está se recuperando de uma fase chata e pretende simbolizar para sempre essa recuperação. Renascer das cinzas. Adaptar-se. Levantar a cabeça e continuar. Dar a cara a tapa. Muitos deles, de mãos diversas, adversas. E o engraçado é que só agora me dei conta de que 2010 está sendo pra mim um ano-renascimento. Joguei nas cinzas muitas das mágoas e raivas e decepções que colecionei ao longo dos tempos, de tantas pessoas que cruzaram meus caminhos. Hoje eu me permito começar de novo. Olhar pessoas e fatos com outros olhos. Tentar voar mais longe, mais alto. Estender as mãos, entender irmãos. Um amigo meu decidiu tatuar uma fênix no corpo. Eu decidi tatuá-la na alma.

segunda-feira, 1 de março de 2010

DEZ ANOS DE HISTÓRIA


E eis que tenho a oportunidade de reencontrar (ao mesmo tempo - pois em separado a gente sempre pára e se ampara), dois amigos meus de juventude. Daqueles que a gente sempre via quando a vida era simples e a gente não sabia. Aí veio a "adultecência" e os compromissos, afastando fisicamente o que em energia nunca deixou de existir. A gente viajou pra ilha e, embora tenha sido somente um dia e meio, houve uma madrugada valiosa de recheio: falamos sobre passado, presente, futuro. Sobre muros e receios. Choramos juntos de coisas trágicas e gargalhamos em brinde à vida. Percebemos que tanta coisa mudou conosco (no geral e em separado) e no quanto ainda somos os mesmos. Falamos de relacionamentos: nossos ganhos e perdas, nossos erros e acertos. Falamos em outros amigos, os que ainda são e os que o caráter ou o destino fizeram com que deixássemos de vê-los assim. Consolamos uns aos outros. Aplaudimos as conquistas. Falamos de tempo e essência: o que é real, não finda - se adapta. E quando chegou a hora de voltarmos pra nossa selva de pedra, mais uma vez tive a certeza de que realmente somos felizardos por sermos assim: eu tendo eles, eles a mim. Obrigado, irmãos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

AMOR AO MARIO


E quem é o Quintana? O Quintana é aquele tio que a gente vê bem pouco, quase nunca. Geralmente em festa de aniversário - ou até mesmo em enterros, que tem sempre a palavra certa, sussurada ou proferida, e aquelas preferidas de se ouvir quando o tédio ou tristeza fazem-se presentes. Ele olha, abraça e poetiza. E a gente não diz nada-nadinha: só sorri, sentindo a poesia correr solta por cada célulalegria.

# PS: Isso era pra ser apenas um scrap de orkut, mas foi fecundando, crescendo e nasceu poesia. O meu muito-obrigado à Issa, que semeou o assunto.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

À MINHA DIRETORA DE TEATRO

E essa alegria que hoje não cabe em mim, não cabe em nós, é voz gritante. Luz acesa no palco, holofote. O compasso dos árduos ensaios compensados. O tempo apertando, pedindo passagem e na bagagem a emoção de querer fazer o que se gosta, com a alma e coração. União de pessoas que acreditam no sonho e na força de um sorriso. Mãos estendidas, cortinas se abrindo e o peito explodindo de felicidade. Uma trajetória linda, que mal nasceu. Um sonho seu, meu e de quem mais quiser embarcar nesse navio. Um OBRIGADO mais que especial a você, Susan Kalik, e a todos que me deram a mão, o sorriso e o aplauso. Beijos!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E QUE VENHA O ANO!!


Pegue um outro ponto de vista e enxergue dessa forma. Faça reforma mental, anule o que não é bom. Aproveite o sal, o sol, o som. Deixe fluir o que há de melhor sem medo de conceitos pré-formados, os eternos preconceitos. O lance é ser feliz. Esbarre por um triz nos limites, abandone a rotina. Dobre novas esquinas, cobre isso de si. Abrace mais, gere gratuitos sorrisos. Faça o que for preciso fazer, mas sempre com alegria. Crie novas fantasias debaixo do cobertor. Leve cor às paredes da alma. É só isso o que eu desejo para você, para mim e para quem quiser um 2010 inesquecível. Tin-tin.