domingo, 13 de março de 2011

COLHEITA


Ela escolhe palavras: as inatas, as exatas, as intactas. Como quem cata feijão, separa as boas das vãs e as molda. É mãe das frases. Ventre de vócabulos fecundos, dá à luz ricos poemas, textos raros. Tem faro pras rimas, rema a favor da maré. E se alguém perguntar sua fórmula, diz que não sabe responder a questão. Ela colhe palavras: maduras do pé, em qualquer estação.

2 comentários:

Talita Prates disse...

jeito delicioso de falar de metalinguagem.
gostei muito!

Talita
História da minha alma

Andreia Dequinha disse...

Oi, meu querido, que bom qe vc ainda continua na ativa como blogueiro, pois muita gente boa do passado infelizmente já se "aposentou", né? Eu tô voltando e adorei saber que o Albergue Mental ainda vive e em ótima fase. Continua arrebentando nos posts! ô potência baiana que eu adoro! Senti muita falta! Te linkei lá no meu blog, para voltar aqui pra ler sempre, pq neste seu solo aqui é sempre tempo de colheita! Beijos.